Preparei esta formação sobre Produção textual. Espero que gostem!
Formação – Produção textual
"Aprendi
a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo,
naturalmente." M. Quintana
INTRODUÇÃO
A competência textual, que se evidencia mediante
o domínio dos fatores de textualidade,
não se desenvolve simplesmente pelo próprio exercício da escrita, por tentativa
e erro, em treinamentos, em livros-texto ou nos bancos escolares. Na verdade,
internalizamos os recursos de expressão de que necessitamos para escrever
através da leitura (inteligente), da leitura que decodifica o texto em sua
forma, ultrapassando sua superfície e o interesse apenas por seu conteúdo.
O que sustenta, portanto, a proposta da formação
continuada em Produção Textual , é a
certeza de que somente uma relação estreita, inteligente, intensa do leitor com
o texto poderá levá-lo à internalização da competência textual.
OBJETIVO DO ENCONTRO
Contribuir
para ampliar o conhecimento sobre boas práticas pedagógicas para o
desenvolvimento da competência textual dos alunos, e fazê-lo mediante,
principalmente, a vivência de experiências, além da observação dos recursos
pedagógicos existentes, o incentivo à leitura inteligente, a assimilação pela
imitação / internalização ativa da forma linguística, num permanente acréscimo
e desenvolvimento do repertório de expressão.
PROCEDIMENTO
1.
Apresentação
2.
Questão: “Como você propõe uma produção textual
para seus alunos?”
3.
Início da apresentação
4.
Vídeo
5.
Vivência de uma sequencia didática de leitura e de
produção textual
6.
Como fazer uma avaliação diagnóstica
7.
Discussão e encerramento
Sequência didática de leitura
Turma: 3° ano – Ensino
Fundamental
Gênero textual: Conto de
assombração
Texto: O fantasma da sorte
O FANTASMA DA SORTE
Os habitantes de uma região onde
havia um castelo muito antigo tinham orgulho daquela bela construção, mas
temiam penetrar em suas imediações, pois diziam que o lugar era mal-assombrado.
Um dia, um capitão dos mares
viajava durante suas férias. Como não
estava habituado a andar em terra, acabou se perdendo na densa floresta
que rodeava o castelo. Já era tarde da noite e ele tremia de frio quando
avistou o maravilhoso castelo. Feliz por encontrar um abrigo, o capitão bateu à
porta e foi recebido pelo proprietário, que o convidou para entrar.
Havia muitos hóspedes nobres no
castelo, que se interessavam por suas histórias de navios e aventuras no mar.
Assim, ele foi convidado para jantar e pernoitar ali.
Pouco antes da meia-noite, o
capitão foi levado a um suntuoso cômodo. Cansado por ter caminhado horas pela
floresta, adormeceu de imediato. Mas, quando chegou a madrugada, ele despertou,
assustado. Sonhara que estava de volta ao mar, no meio de uma terrível
tormenta. Ao abrir os olhos, viu uma linda criança, cercada de uma luz
cintilante, parada bem na sua frente. A criança lhe sorriu e ele se sentiu
estranhamente tranquilo. Em seguida ela desapareceu e o quarto voltou a ficar
escuro.
Na manhã seguinte, ao acordar, o
capitão pensou que aquilo havia sido uma brincadeira de mau gosto. Quando se
sentou à mesa para tomar o café da manhã, foi logo dizendo ao nobre:
- Caro amigo, obrigado por sua
hospedagem. Mas agora desejo partir. Ontem, quando eu estava precisando tanto
de repouso, o senhor me deu um grande susto ao mandar aquela criança me
despertar no meio da noite. Desculpe-me da sinceridade, mas não gostei nem um
pouco!
Em vez de responder ao capitão,
o nobre chamou o mordomo:
- Hamilton, em que quarto você alojou
nosso amigo capitão?
- Bem, meu senhor – respondeu o
mordomo -, o castelo está lotado de hóspedes, eu não tive escolha. Coloquei o
capitão no quarto do menino. Mas acendi a lareira, porque ele só aparece no
escuro, não é?
- Você fez muito mal – disse o
nobre. – O fogo da lareira sempre apaga de madrugada. Você deveria ter trancado
aquele quarto a sete chaves! – Em seguida, dirigindo-se ao capitão,
explicou: - Meu amigo, nossa família
guarda um segredo há muitos séculos.
Neste castelo vive o fantasma de um menino. Seu quarto preferido é aquele em
que você dormiu. Mas não se preocupe. Trata-se de um fantasma alegre, um
fantasma da sorte. Todos os que o viram ganharam dinheiro e foram felizes.
E foi o que aconteceu. Uma
semana depois, o capitão conheceu uma formosa jovem, com quem se casou. Como
ela era muito rica, ele acabou se tornando um milionário também. E os filhos
que tiveram foram fortes, felizes e tiveram sorte durante toda a vida.
Heloisa Prieto. O fantasma da sorte. Em: Lá vem história: contos do
folclore mundial
Sequência didática de leitura
Antes
da leitura
Ler o título do texto para
fazer levantamento de conhecimentos prévios e usar estratégia de antecipação
com a leitura do título:
Propor às crianças perguntas como:
·
O texto que vamos ler vem de um livro, jornal,
panfleto, revista?
·
Que espécie (gênero) de texto será esse?
·
Para que ele serve?
·
Quem é que conhece outros textos parecidos com esse?
·
Este texto trata de que assunto? É uma história? É
uma notícia? É triste? É engraçado?
Outro
tipo de procedimento importante para desenvolver a capacidade de compreensão é
buscar informações sobre o autor do texto, a época em que ele foi publicado,
com que objetivos foi escrito. Esses dados permitem situar o texto no contexto
em que foi produzido e ampliam a compreensão e o prazer pela leitura, além de
contribuir para a formação de um leitor cada vez mais bem informado e
interessado, mais capaz de tirar proveito do que lê.
Durante
a leitura
Levantar e confirmar hipóteses
relativas ao conteúdo do texto que está sendo lido
Em sala de aula, o professor pode tornar
explícito esse procedimento, por exemplo, interrompendo no meio a leitura de
uma história (ou de outro gênero de texto) e perguntando aos alunos o que eles
acham que vai acontecer, como o texto vai prosseguir, e por que pensam assim (a
partir de que elementos textuais têm essa opinião).
Assim, levantando e checando
hipóteses interpretativas, a classe vai produzindo o indispensável “fio da meada”,
que permite ao leitor compreender o texto.
Buscar pistas textuais,
intertextuais e contextuais para ler nas entrelinhas (fazer inferências),
ampliando a compreensão.
Um saber importante que integra
a capacidade de ler com compreensão diz respeito a prestar atenção nos
componentes formais do texto: a) sua estrutura composicional, isto é, sua
organização em partes; b) os recursos linguísticos que emprega (por exemplo: se
usa o discurso direto ou discurso indireto; se usa muitos diminutivos; em que
tempo estão os verbos que utiliza; se usa gíria, ou uma linguagem coloquial, ou
linguagem muito culta; se tem mais frases curtas ou mais frases longas); c) os
recursos expressivos e literários a que recorre, como rimas, linguagem
figurada, jogos de palavras, etc. Tudo isso – a estrutura composicional, os
recursos linguísticos e os literários – são elementos importantes da construção
do sentido dos textos e da capacidade de ler com compreensão.
Nesse trabalho de construir
sentido produzindo inferências, os alunos podem se lembrar de outros textos
conhecidos, construindo pontes intertextuais, e também utilizar-se de
conhecimentos que já têm (do tema, da sociedade em geral, da língua, de sua
própria experiência de vida). Ler nas entrelinhas, produzindo inferências é o
jeito mais completo e mais gostoso de ler, porque proporciona ao leitor o
prazer da descoberta, o sentimento de ser cúmplice do autor. É o que
possibilita ao leitor dizer consigo mesmo: “Ah, então é isso!... Bem que eu
desconfiei...” Os leitores iniciantes, ainda muito dependentes do processo de
decodificação, precisarão mais da orientação do professor ou da professora para
realizar inferências. Pode-se, por exemplo, recomendar-lhes buscar pistas
auxiliares, como palavras em destaque, formatos gráficos e ilustrações; outras
vezes poderá fazer uma leitura expressiva e completa do texto, com o objetivo
de dirigir o foco para alguns elementos-chave para a compreensão.
Depois
da leitura
Depois da leitura os alunos
podem partilhar suas atitudes diante do texto com os colegas, avaliando e comentando
ética e afetivamente o que leram, concordando ou não com afirmações e
passagens, fazendo extrapolações (isto é, projetando o sentido do texto para
outras vivências, outras realidades), buscando outros textos do mesmo autor, ou
sobre o mesmo tema. Ser capaz de fazer extrapolações pertinentes – sem perder o
texto de vista – é importante para o aprendizado de descobrir que as coisas que
se leem nos textos podem fazer parte da nossa vida, podem ter utilidade e
relevância para nós.
Sequência didática de leitura para produção textual
Para qualificar a produção textual é necessário desenvolver os
procedimentos acima descritos – antes, durante e após a leitura. Depois de
realizada essa sequência, o professor
propõe a retomada do texto a partir de duas comandas.
1°. Textualização e enredo: As crianças irão descrever o roteiro do texto em sua ordem de
acontecimento.
Titulo:
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Personagens:
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Descrição do cenário:
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Como começa o conto:
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Conflito:
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Como o conflito é esclarecido:
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Como termina a história:
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2°. Ampliação do repertório linguístico: destacar as palavras utilizadas pelo(a)
autor(a) que deixou o texto bem escrito.
Palavras que enriqueceram
o texto e que são próprias do conto de assombração
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Com a conclusão do trabalho de leitura, a professora já terá
elementos para propor a escrita do texto.
Avaliação diagnóstica para
escolha dos gêneros textuais que serão trabalhados no trimestre
Nomes
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Contemplou o gênero previsto
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Pontuação
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Paragrafação
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Segmentação
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Repertório linguístico
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Marcas da linguagem oral
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Redundância
repetição
desnecessária de palavras e ideias
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