quarta-feira, 27 de julho de 2016

Formação de Produção textual - Leitura e escrita - Sequencia didática "Fantasma da sorte"

Olá, 

Preparei esta formação sobre Produção textual. Espero que gostem!



Formação – Produção textual

"Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo, naturalmente." M. Quintana

INTRODUÇÃO
A competência textual, que se evidencia mediante o domínio dos  fatores de textualidade, não se desenvolve simplesmente pelo próprio exercício da escrita, por tentativa e erro, em treinamentos, em livros-texto ou nos bancos escolares. Na verdade, internalizamos os recursos de expressão de que necessitamos para escrever através da leitura (inteligente), da leitura que decodifica o texto em sua forma, ultrapassando sua superfície e o interesse apenas por seu conteúdo.
O que sustenta, portanto, a proposta da formação continuada em  Produção Textual , é a certeza de que somente uma relação estreita, inteligente, intensa do leitor com o texto poderá levá-lo à internalização da competência textual.

OBJETIVO DO ENCONTRO
Contribuir  para ampliar o conhecimento sobre boas práticas pedagógicas para o desenvolvimento da competência textual dos alunos, e fazê-lo mediante, principalmente, a vivência de experiências, além da observação dos recursos pedagógicos existentes, o incentivo à leitura inteligente, a assimilação pela imitação / internalização ativa da forma linguística, num permanente acréscimo e desenvolvimento do repertório de expressão.

PROCEDIMENTO
1.     Apresentação
2.    Questão: “Como você propõe uma produção textual para seus alunos?”
3.    Início da apresentação
4.    Vídeo
5.    Vivência de uma sequencia didática de leitura e de produção textual
6.    Como fazer uma avaliação diagnóstica
7.    Discussão e encerramento

Sequência didática de leitura
Turma: 3° ano – Ensino Fundamental
Gênero textual: Conto de assombração
Texto: O fantasma da sorte 

O FANTASMA DA SORTE
Os habitantes de uma região onde havia um castelo muito antigo tinham orgulho daquela bela construção, mas temiam penetrar em suas imediações, pois diziam que o lugar era mal-assombrado.
Um dia, um capitão dos mares viajava durante suas férias. Como não  estava habituado a andar em terra, acabou se perdendo na densa floresta que rodeava o castelo. Já era tarde da noite e ele tremia de frio quando avistou o maravilhoso castelo. Feliz por encontrar um abrigo, o capitão bateu à porta e foi recebido pelo proprietário, que o convidou para entrar.
Havia muitos hóspedes nobres no castelo, que se interessavam por suas histórias de navios e aventuras no mar. Assim, ele foi convidado para jantar e pernoitar ali.
Pouco antes da meia-noite, o capitão foi levado a um suntuoso cômodo. Cansado por ter caminhado horas pela floresta, adormeceu de imediato. Mas, quando chegou a madrugada, ele despertou, assustado. Sonhara que estava de volta ao mar, no meio de uma terrível tormenta. Ao abrir os olhos, viu uma linda criança, cercada de uma luz cintilante, parada bem na sua frente. A criança lhe sorriu e ele se sentiu estranhamente tranquilo. Em seguida ela desapareceu e o quarto voltou a ficar escuro.
Na manhã seguinte, ao acordar, o capitão pensou que aquilo havia sido uma brincadeira de mau gosto. Quando se sentou à mesa para tomar o café da manhã, foi logo dizendo ao nobre:
- Caro amigo, obrigado por sua hospedagem. Mas agora desejo partir. Ontem, quando eu estava precisando tanto de repouso, o senhor me deu um grande susto ao mandar aquela criança me despertar no meio da noite. Desculpe-me da sinceridade, mas não gostei nem um pouco!
Em vez de responder ao capitão, o nobre chamou o mordomo:
- Hamilton, em que quarto você alojou nosso amigo capitão?
- Bem, meu senhor – respondeu o mordomo -, o castelo está lotado de hóspedes, eu não tive escolha. Coloquei o capitão no quarto do menino. Mas acendi a lareira, porque ele só aparece no escuro, não é?
- Você fez muito mal – disse o nobre. – O fogo da lareira sempre apaga de madrugada. Você deveria ter trancado aquele quarto a sete chaves! – Em seguida, dirigindo-se ao capitão, explicou:  - Meu amigo, nossa família guarda um segredo  há muitos séculos. Neste castelo vive o fantasma de um menino. Seu quarto preferido é aquele em que você dormiu. Mas não se preocupe. Trata-se de um fantasma alegre, um fantasma da sorte. Todos os que o viram ganharam dinheiro e foram felizes.
E foi o que aconteceu. Uma semana depois, o capitão conheceu uma formosa jovem, com quem se casou. Como ela era muito rica, ele acabou se tornando um milionário também. E os filhos que tiveram foram fortes, felizes e tiveram sorte durante toda a vida.
Heloisa Prieto. O fantasma da sorte. Em: Lá vem história: contos do folclore mundial

Sequência didática de leitura
Antes da leitura
Ler o título do texto para fazer levantamento de conhecimentos prévios e usar estratégia de antecipação com a leitura do título:
Propor   às crianças perguntas como:
·         O  texto que vamos ler vem de um livro, jornal, panfleto, revista?
·         Que  espécie (gênero) de texto será esse?
·         Para  que ele serve?
·         Quem  é que conhece outros textos parecidos com esse?
·         Este  texto trata de que assunto? É uma história? É uma notícia? É triste? É engraçado?
Outro tipo de procedimento importante para desenvolver a capacidade de compreensão é buscar informações sobre o autor do texto, a época em que ele foi publicado, com que objetivos foi escrito. Esses dados permitem situar o texto no contexto em que foi produzido e ampliam a compreensão e o prazer pela leitura, além de contribuir para a formação de um leitor cada vez mais bem informado e interessado, mais capaz de tirar proveito do que lê.

Durante a leitura
Levantar e confirmar hipóteses relativas ao conteúdo do texto que está sendo lido
Em  sala de aula, o professor pode tornar explícito esse procedimento, por exemplo, interrompendo no meio a leitura de uma história (ou de outro gênero de texto) e perguntando aos alunos o que eles acham que vai acontecer, como o texto vai prosseguir, e por que pensam assim (a partir de que elementos textuais têm essa opinião).
Assim, levantando e checando hipóteses interpretativas, a classe vai produzindo o indispensável “fio da meada”, que permite ao leitor compreender o texto.
Buscar pistas textuais, intertextuais e contextuais para ler nas entrelinhas (fazer inferências), ampliando a compreensão.
Um saber importante que integra a capacidade de ler com compreensão diz respeito a prestar atenção nos componentes formais do texto: a) sua estrutura composicional, isto é, sua organização em partes; b) os recursos linguísticos que emprega (por exemplo: se usa o discurso direto ou discurso indireto; se usa muitos diminutivos; em que tempo estão os verbos que utiliza; se usa gíria, ou uma linguagem coloquial, ou linguagem muito culta; se tem mais frases curtas ou mais frases longas); c) os recursos expressivos e literários a que recorre, como rimas, linguagem figurada, jogos de palavras, etc. Tudo isso – a estrutura composicional, os recursos linguísticos e os literários – são elementos importantes da construção do sentido dos textos e da capacidade de ler com compreensão.
Nesse trabalho de construir sentido produzindo inferências, os alunos podem se lembrar de outros textos conhecidos, construindo pontes intertextuais, e também utilizar-se de conhecimentos que já têm (do tema, da sociedade em geral, da língua, de sua própria experiência de vida). Ler nas entrelinhas, produzindo inferências é o jeito mais completo e mais gostoso de ler, porque proporciona ao leitor o prazer da descoberta, o sentimento de ser cúmplice do autor. É o que possibilita ao leitor dizer consigo mesmo: “Ah, então é isso!... Bem que eu desconfiei...” Os leitores iniciantes, ainda muito dependentes do processo de decodificação, precisarão mais da orientação do professor ou da professora para realizar inferências. Pode-se, por exemplo, recomendar-lhes buscar pistas auxiliares, como palavras em destaque, formatos gráficos e ilustrações; outras vezes poderá fazer uma leitura expressiva e completa do texto, com o objetivo de dirigir o foco para alguns elementos-chave para a compreensão.

Depois da leitura
Depois da leitura os alunos podem partilhar suas atitudes diante do texto com os colegas, avaliando e comentando ética e afetivamente o que leram, concordando ou não com afirmações e passagens, fazendo extrapolações (isto é, projetando o sentido do texto para outras vivências, outras realidades), buscando outros textos do mesmo autor, ou sobre o mesmo tema. Ser capaz de fazer extrapolações pertinentes – sem perder o texto de vista – é importante para o aprendizado de descobrir que as coisas que se leem nos textos podem fazer parte da nossa vida, podem ter utilidade e relevância para nós.


Sequência didática de leitura para produção textual
Para qualificar a produção textual é necessário desenvolver os procedimentos acima descritos – antes, durante e após a leitura. Depois de realizada essa sequência,  o professor propõe a retomada do texto a partir de duas comandas.
1°. Textualização e enredo:  As crianças irão  descrever o roteiro do texto em sua ordem de acontecimento.
Titulo:

Personagens:


Descrição do cenário:


Como começa o conto:


Conflito:




Como o conflito é esclarecido:




Como termina a história:




2°. Ampliação do repertório linguístico:  destacar as palavras utilizadas pelo(a) autor(a) que deixou o texto bem escrito.
Palavras que enriqueceram o texto e que são próprias do conto de assombração












Com a conclusão do trabalho de leitura, a professora já terá elementos para propor a escrita do texto.



Avaliação diagnóstica para escolha dos gêneros textuais que serão trabalhados no trimestre
Nomes
Contemplou o gênero previsto
Pontuação
Paragrafação
Segmentação
Repertório linguístico
Marcas da linguagem oral
Redundância
repetição desnecessária de palavras e ideias
















































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